A Última Colônia, de John Scalzi 📖 Leituras do Solari #171

Terceiro livro de Old Man’s War deixa um pouco de lado a ficção científica militar para se concentrar em intrigas planetárias, enfraquecendo o ponto forte da série

John Scalzi é um dos melhores escritores recentes de ficção científica militar. No excelente Guerra do Velho ele começou a construir um mundo claustrofóbico, no qual a humanidade está completamente cercada por espécies alienígenas hostis por toda a parte. É um universo inóspito no qual a raça humana está sempre à beira da destruição e em corrida armamentista, tecnológica e militar com outras espécies.

A Última Colônia é o terceiro livro dessa série – seguido de Brigadas Fantasma – e aqui Scalzi se afasta um pouco dos combates militares para dar mais espaço à intriga planetária. Gosto bastante do jeito que ele escreve, consegue mostrar esse universo riquíssimo e fresco com grande economia de palavras, escapando da enrolação para construção de mundo, um dos maiores perigos da ficção científica.

O primeiro livro tinha a perspectiva fascinante de idosos de 75 anos recrutados para receber supercorpos e enfrentar raças alienígenas. Uma boa premissa e muito bem implementada, assim como os humanos criados artificialmente do segundo livro. A Última Colônia segue o protagonista inicial da série, John Perry, agora aposentado e trabalhando como administrador de uma colônia de um fim de mundo, onde sua principal preocupação costuma ser ter que apaziguar brigas entre irmãos criadores de cabras. Perry é chamado para colonizar um novo planeta, apenas para descobrir que está no meio de um imbróglio político entre o governo humano e uma aliança alienígena.

Por mais que tenha mantido o ritmo viciante de “só mais uma página”, para mim A Última Colônia é o livro mais fraco da saga. Ele não traz nada de novo e parece mais uma última aventura depois da aposentadoria para fechar a história do protagonista. Ainda no estilão de filme de ação de ser A Última Esperança da Humanidade, mas a história parece ter mais peso. Por algum motivo, Perry gasta mais tempo em reuniões entediantes com colonos do que apertando o gatilho.

A saga ainda tem um livro – Zoe’s Tale – e um spinoff episódico chamado The Human Division. Por mais que não tenha me empolgado muito com A Última Colônia, Scalzi é um autor que gosto de seguir, sempre mostra ter truques na manga, seja na narrativa militar ou no humor, como em Redshirts e Agent to the Stars.

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