Devilman Crybaby – Solari em Série

O único lugar que é indiscutível que os deuses existem é na mente humana. Os demônios também.

“Devilman Crybaby” é um anime lançado pela Netflix em janeiro, uma recriação de um popular mangá dos anos 1970 sobre demônios possuindo a humanidade. Mas quando tentam dominar humanos de coração puro, os humanos continuam no poder, adquirindo as habilidades dos demônios, se tornando um “devilman”.

A série acompanha Akira Fudo, adolescente sensível e conhecido por chorar por qualquer motivo e que, após o demônio Amon tentar possuí-lo, se torna o tal do Devilman Crybaby. Ele mantém o seu coração puro e vontade de salvar a humanidade, mas adquire força, agressividade e drive sexual do demônio. Em dez episódios de cerca de 25 minutos, a série acompanha a luta de Akira e outros humanos que mantiveram o controle contra uma invasão demoníaca.

O inferno são os hormônios

Antes de assistir a “Devilman Crybaby” vale dizer que ela é extremamente sexual e violenta, muitas vezes ao mesmo tempo, cenas de chacinas com corpos desmembrados em rios de sangue e violência sexual são fartos. Para mim, pelo menos, não pareceu algo gratuito, mas característico da insanidade de hormônios da adolescência.

Me lembrou uma frase do Alan Moore no “Do Inferno”, que ele disse que marcou muito a sua vida e o seu pensamento: “O único lugar que é indiscutível que os deuses existem é na mente humana.” E, com certeza, acredite você em uma ou nenhuma divindade, é indiscutível que na cabeça de quem acredita, os deuses existem.

Pois os demônios também. Quando você é tomado pela fúria ou desejo sexual… de fato é como imagino a sensação de ser possuído por um demônio. O que é a vontade de matar senão ser possuído pelo demônio da morte. Vou deixar os pastores de Twitter discutir se essa possessão é literal, mas o que é indiscutível é que se a possessão é sentida, ela já afeta o seu comportamento ou a sua forma de pensar. É aqui que “Devilman Crybaby” atua.

E nunca essa “possessão” é tão presente quanto na adolescência. “Devilman Crybaby” consegue transmite a sensação de estar com os sentimentos em carne viva. Perdido e possuído por sexo, ódio, amor. Os próprios devilmen quando possuídos têm mudanças em seus corpos, ficam maiores e mais fortes, parecendo muita a “espichada” de altura e força na adolescência.

A meu ver, é uma série que pode te ofender muito com banalizações de estupros, por exemplo, se você não entrar no motivo da ultraviolência na tela. E a insanidade dos demônios só parece alimentada pela tão humana insanidade de medo, preconceito e caça violenta por culpados conforme a ordem social se deteriora.

A trilha sonora é um espetáculo à parte. Um eletrônico cru que faz o sangue pulsar junto dos personagens. Li que a história da série da Netflix é quase que um resumão de toda a saga do mangá e anime, e isso também foi muito bem-vindo pra mim. Os dez episódios de cerca de meia hora, não se alongam. São um soco curto no estômago como a narrativa.

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