O Sandman original é de longe o meu quadrinho favorito, tanto que eu hesito há anos na resenha dele por não saber por onde começar. Ela conta a história dos Eternos, entidades que representam aspectos da experiência humana, como Destruição, Desejo, Destino e acompanha principalmente Sandman, ou o Sonho. E por ser uma história sobre o Sonho acaba sendo mais do que uma história, mas uma máquina geradora de histórias. O resultado é um verdadeiro épico de fantasia urbana que… nem sei por onde começar. Apenas leia.
No princÃpio da HQ Sandman original, Sonho é preso enfraquecido e com trajes de batalha após um combate que nunca foi explicado. Foi uma história que Neil Gaiman segurou por 17 anos para contar, o que ele finalmente fez em Sandman Overture, lançado originalmente em 2013. E que eu uso agora como desculpa para começar a pensar em abordar o Sandman.
Overture leva Sandman, a representação do sonho humano, a se reunir com uma variedade infinita de outros Sonhos, de criaturas não humanas. De robôs conscientes, a homens-planta, gigantes, entidades aquáticas ou sem forma fÃsica aparente. Até o Sonho de entidades cósmicas primordiais bem ao estilo de Lovecraft. É o ponto de partida para ele partir em investigação da falha que gerou essa fragmentação da realidade.
A jornada que se segue é bem um Sandman em versão concentrada. Histórias de mitologias esquecidas, demônios, planetas distantes, estrelas que ficaram loucas, guerras galácticas e Sandman arcando com o preço de suas escolhas. Também conta com personagens novos que explicam melhor a natureza dos Eternos, assim como o retorno de outros famosos da narrativa, como o Corinthian, um pesadelo particularmente perturbador na forma de um homem com dentes afiados no lugar dos olhos.
Visualmente, a HQ é deslumbrante. O traço e as cores são incrÃveis. Gosto muito de como a HQ em diversos momentos utiliza toda a extensão das páginas, saindo do tradicional formato dos quadrinhos e dividir os painéis em… bem… quadrinhos.
Apesar de se passar cronologicamente antes da história original, eu não sugeriria ler essa nova HQ como ponto de partida antes da dos anos 1980 e 1990. Eu acho que ela já entrega um pouco de cara o escopo épico que é construÃdo ao longo dessa história sobre histórias, mas Overture me deu a sensação de rever um grande amigo.
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