Necroscope, de Brian Lumley 📖 Leituras do Solari #212

Necroscope é um thriller dos anos 80 de Guerra Fria paranormal com interrogações de fantasmas e vampiros lovecraftianos de outro planeta. É uma série que se tornou cult nos anos 1980 e gerou nada menos do que 19 livros (até onde vi, que nunca teve lançamentos no Brasil), e recentemente está rondando por Hollywood a ideia de transformá-la em série de TV.

A história acompanha principalmente o britânico Harry Keogh, o tal “necroscópio” do título, um ser humano capaz de se comunicar com os mortos e se aproxima para trabalhar para força de pesquisa paranormal do governo. Sua contrapartida maligna é o necromante Boris Dragosani da entidade de EXPionage (Espionagem extra-sensorial) dos russos. Diferente das conversas e aprendizado do diálogo de Keogh com os mortos, Dragosani arranca à força as informações dessecrando o corpo da vítima e torturando a alma após a morte.

Paralela a essa Guerra Fria paranormal, depois nada menos do que o equivalente a Drácula buscando renascer, e lentamente seduzindo Dragosani com promessas de poder e conhecimento macabro. O autor consegue ao mesmo tempo se manter bastante fiel aos mitos de vampiro tradicional e misturá-los com tons lovecraftianos de parasitas cheios de tentáculos.

Necroscope é uma vela que queima lentamente. A versão em audiolivro que ouvi durou cerca de 17 horas, e o autor não tem pressa dedica até capítulos inteiros do histórico escolar do personagem quando criança, sem pressa. Mas por mais que seja devagar, quando entrei nessa mesma sintonia sem pressa me acostumei com o ritmo, que para mim foi longo mas sem muitas barrigas desnecessárias, como para meu gosto acabam tendo obras de Stephen King (ainda estou tentando terminar The Stand, cujo audiolivro têm 40 horas).

O tom lento de Necroscope até me garantiu umas risadas no início, quando um fantasma que serve de narrador pergunta se seu ouvinte quer antes tomar um café, ir no banheiro ou tirar o casaco antes dele começar, porque a parada vai demorar.

Necroscope mistura com competência diversas convenções do horror sobrenatural com um thriller de espiões, e até leva a história para rumos de insanidade metafísicas. E pelo que vi as coisas ficam ainda mais malucas em livros posteriores.

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